Se São Francisco de Assis é conhecido como o padroeiro dos animais e da natureza, uma fazenda que ostenta o mesmo nome pode se vangloriar de ser altamente hospitaleira às aves do cerrado.
Prova disso é que uma espécie de ave classificada como vulnerável - o primeiro grau das espécies ameaçadas de extinção - pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) foi fotografada na Fazenda São Francisco de Assis.
O Galito (Alectrurus tricolor) é uma ave passeriforme da família Tyrannidae, que, em grande parte, tem sua faixa de incidência restrita a pastagens nativas e não modificadas, sazonalmente úmidas e secas, sendo endêmico do Cerrado.
E foi em um desses "oásis", onde a vegetação nativa do Cerrado ainda sobrevive, que o Galito foi avistado e fotografado, empoleirado no topo de uma planta característica do bioma, ostentando seus pouco mais de 12cm de envergadura.
"As gramíneas nativas existentes lhe fornecem proteção e alimento, tais como artrópodes, suas principais presas. Em seu comportamento de forrageamento típico, pousa no alto do capim e, ao perceber a presa, atira-se em voo à sua captura, voltando próximo ao poleiro de origem" - texto do WikiAves que corrobora a autenticidade da cena capturada.
A Enciclopédia das Aves do Brasil, que tem como uma das principais funções catalogar as ocorrências das aves no país, indica registros do Galito em apenas 34 municípios brasileiros, 21 deles em Minas Gerais. A região da Canastra, em especial, é o seu grande refúgio atualmente.
Assim como o cerrado brasileiro, o Galito luta para sobreviver e, encontrá-lo no município de Tapira foi um misto de alegria e, ao mesmo tempo, senso de responsabilidade, pela necessidade de que se desenvolva estratégias para manter a sua habitabilidade.
Que o “tic-tic-tic” do vôo de exibição do macho, composto por fortes batidas de asas de modo muito lento e cauda eriçada, em busca da conquista de uma fêmea, possa se repetir muitas vezes e auxiliar na luta dessa espécie pela sobrevivência.
