A foto acima, capturada em Tapira na região do Tamboril, é do urubu-rei, o maior e mais colorido urubu do Brasil e que no estado de São Paulo, tem o status de "quase ameaçado".
Habitante de zonas tropicais a semi-tropicais, desde o México à República da Argentina, e em todo o Brasil, onde, pela sua característica saprófaga, sua caça é proibida, pois é considerada uma ave importante na limpeza do meio ambiente, quando muitos animais são exterminados por doença, o urubu ajuda a controlar a epidemia comendo os animais mortos e agonizantes.
O nome genérico “Sarcoramphus” significa “bico com carne”, devido à presença de apêndices ou crestas carnosas no mesmo; e o específico “papa”, cujo significado latino original é "bispo", é uma referência ao papel hierárquico que o povo lhe atribui, de ser o primeiro a abordar uma carcaça, o que parece se dever ao poder de seu bico, capaz de romper couros mais resistentes, abrindo caminho para as outras espécies se servirem depois.
Mede até 80 centímetros de comprimento. A envergadura das asas pode chegar a 1,80 metro. A fêmea, maior que o macho, pode pesar até 3,70 quilos. O urubu adulto apresenta plumagem predominantemente branca, com as pontas das asas e a cauda pretas. A cabeça e o pescoço são nus e violáceo-vermelhos. O bico tem uma saliência carnuda amarelo-alaranjada.
É visto normalmente voando alto, sozinho ou aos pares, raramente em grupos de vários indivíduos. Pousa nas árvores mais altas da mata, onde costuma dormir. Quando está sobrevoando uma área, chama a atenção o contraste entre o negro da cauda e asas com o corpo todo branco do adulto.
No Brasil, há muitas lendas entre os povos indígenas. O urubu-rei é admirado por voar muito alto. Alguns indígenas acreditam que ele voa acima das nuvens, por isso as flechas com suas penas dificilmente erram o alvo.
A lista nacional de espécies ameaçadas de extinção não inclui o urubu-rei. No entanto, a ausência na listagem não é sinal de conservação. "Percebemos um declínio populacional grande em várias regiões do País, principalmente em estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde a ave é considerada rara", destaca o ornitólogo Willian Menq.
O especialista explica que hoje a principal ameaça à espécie é o desmatamento e a perda de habitat. "Onde não há floresta não há urubu-rei, por isso, a degradação de florestas impacta diretamente na conservação da espécie, principalmente na Mata Atlântica", diz.
Com informações do G1 e de Wikiaves.