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Tapira Teen - A Revista Digital de Tapira
Publicado em: 22/02/2022
Tapirense é referência quando o assunto é a raça Girolando
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Tapira é um município onde o agro é tema mais que relevante quando o assunto é o cotidiano e a capacidade de geração de renda das pessoas e, dentro do agronegócio, a pecuária leiteira se destaca ainda mais como a atividade mais comum.

Foi nesse contexto que, o jovem tapirense José Wagner Borges Júnior, filho da Dona Eura Conceição de Oliveira Borges e do Sr. José Wagner Borges, cresceu e decidiu seguir sua carreira acadêmica.

O menino que morou durante vários anos na antiga fazenda da AC Agromercantil, onde seu pai trabalhava, e acompanhava o dia a dia do manejo de ovelhas, se encantou com aquela rotina da vida no campo e decidiu que queria seguir aqueles passos.

"A paixão pela pecuária, em minha opinião, ela não surge, ela nasce com a gente. Desde que me entendo por gente sou apaixonado pela pecuária, uma vez que nasci 'dentro dela', sendo neto e filho de produtores de leite. Agora, a paixão pela Zootecnia, veio na época em que meu pai trabalha com ovinocultura na antiga AC Mercantil, que virou AC Proteína. Naquele período, a fazenda recebia zootecnistas neozelandeses para acasalar ovelhas. Eu os via e 'achava bonito'. Hoje tenho um grande orgulho disso, pois me vejo avaliando vacas Girolando e me lembro deles avaliando ovelhas" - contou José Wagner.

O tempo passou e ele se formou em Zootecnia pela (FAZU) , cursou a Pós-Graduação em Pastagem (FAZU), além de participar de Cursos de Jurado de Raças Zebuínas e Jurado Efetivo da raça Girolando.

"Primeiro você faz o curso. Depois, para se tornar jurado, é necessário participar de 10 exposições como jurado auxiliar e obter parecer favorável em no mínimo 7 dessas 10. Aí você ganha o direito de passar por uma prova teórica, uma prática e uma avaliação psicológica. Se for aprovado em todas você se torna jurado efetivo" - explicou o tapirense sobre a complexidade de se chegar ao posto de jurado efetivo.

A aposta deu tão certo que o menino que se apaixonou pela zootecnia em Tapira e se aprimorou na faculdade, em 2015 foi contratado para o quadro de técnicos da GIROLANDO (Associação Brasileira de Criadores de Girolando), onde atualmente desenvolve atividades como Controle Leiteiro, Teste de Progênie, Serviço de Registro Genealógico e Avaliação Linear de Vacas.

"Quando entrei na faculdade comecei a trabalhar em exposições, ajudando na preparação de animais para pista de julgamento. Em paralelo a isso, eu fazia estágio na Área Técnica da ABCGIL ( Gir Leiteiro) e ABCZ, onde conheci o Nilson Dornelas, que ministra cursos de doma e apresentação de animais. Em 2014, ele me levou para trabalhar em Cuiabá, onde reencontrei o Maurício (Técnico da Girolando), e o Leandro (Superintendente Técnico da Raça Girolando), que lá estava para julgar a exposição e ministrar um curso que na época se chamava 'Jornada Técnica'. Como o Maurício me conhecia, pediu para que eu levasse e apresentasse os animais para esse curso. No fim do curso, a partir de uma brincadeira entre nós surgiu o convite para que eu ingressasse na GIROLANDO como estagiário, em fevereiro de 2015. Este ingresso, no entanto, ocorreu em agosto de 2015, já como contratado" - relatou.

Questionado sobre a sua opinião acerca do futuro da pecuária de leite ele falou dos desafios ligados aos altos custos como da atividade, fator que, segundo ele, pode levar muitos pecuaristas a abandonarem o negócio.

"A pecuária leiteira futura será composta apenas por profissionais. Os pecuaristas que não se profissionalizarem a própria atividade se encarregará de fazê-los sair, pois a tendência é de que os custos se tornem cada vez mais altos. Se o produtor não agregar valor ao seu produto, não melhorar a qualidade e eficiência da mão de obra, produtividade, manejo, etc., ficará inviável permanecer na atividade" - esclareceu.

No que tange o potencial da pecuária em Tapira José Wagner entende que está intrinsecamente ligada à economia, sendo a segunda maior geradora de empregos e renda.

"Eu tenho uma opinião ampla, não podemos falar só da pecuária leiteira no município sem pensar na economia, pois o leite gera muitos empregos e renda para várias famílias tapirenses. Se tirarmos hoje a Mosaic, creio que a pecuária leiteira do nosso município é a segunda maior geradora de empregos, se não for a primeira. Porém, ainda há ainda muitas oportunidades de crescimento pela frente, mas que só se concretizarão com a qualificação dos produtores, melhoramento dos rebanhos, incentivo de empresas, etc. No entanto, uma coisa tenho assumir: de quando eu passei a enxergar a pecuária tapirense com olhos técnicos, em meados de 2012, até os dias de hoje, já melhorou muito, mas temos que melhorar ainda mais, introduzir ferramentas nos rebanhos que ajudem os produtores a melhorarem a produtividade e os produtos" - explicou.

Uma grande experiência que o jovem tapirense teve foi a oportunidade de conhecer a Colômbia, viagem internacional na qual ele levou o seu conhecimento a pecuaristas daquele país, contribuindo com o desenvolvimento da atividade local.

"Conheci um colombiano num grupo de whatsApp de uma fazenda no Goiás e ele me perguntou se eu poderia ingressar em um grupo só de 'girolandistas' colombianos para agregar para eles. Eu aceitei o convite e então comecei a publicar algumas coisas. Nisso, um outro colombiano de Florência, me chamou no privado e me disse que queria que eu fosse até a Colômbia para dar assistência a ele. Eu mais que depressa disse que iria sim e , já organizamos as datas e as passagens. A viagem para a Colômbia foi um marco muito grande na minha carreira. Ela ocorreu em setembro de 2021 e durou 10 dias. Percorri sete cidades (Bogotá, Florência, Monteria, Barranquilla, Cartagena e Plato). " - confidenciou.

O tapirense aproveitou para fazer uma comparação entre a pecuária leiteira do Brasil e da Colômbia.

"O clima da Colômbia é muito semelhante ao nosso, quente e com as estações do ano muito parecidas com as daqui. Uma coisa interessante que pude perceber em todos os colombianos que tive a oportunidade de conversar é que a mente deles é bem mais aberta que a dos brasileiros. Outro ponto que merece comparação é o custo com alimentação, que na Colômbia é duas a três vezes maior do que no Brasil, e mesmo assim eles não deixam de investir em genética. Estive em uma fazenda em que eles possuem piquetes rotacionados de mombaça e, durante a ordenha, fornecem dois quilos de silagem de milho, como se fosse um concentrado".

Ainda sobre a Colômbia, José Wagner conta a história de sucesso de um animal que nunca havia participado de exposições e que depois de sua visita foi premiado em um torneio nacional. "A fazenda Ganaderia La Milagrosa, de propriedade de José Anturi, nunca havia participado de exposições com animais Girolando, mas depois da minha visita, participou de duas, inclusive na nacional da Colômbia. O resultado foi amplamente favorável: fizeram a grande campeã na pista de julgamento em ambas" - finalizou.

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