Tapira conseguiu emplacar a sua segunda queijaria certificada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O registro saiu logo no primeiro dia útil de 2022, sendo o primeiro a ser emitido no ano na Microrregião de Araxá.
No dia 03 de janeiro a Queijaria 3 Irmãos recebeu o Certificado de Registro nº 16.737, fazendo com que o já apreciado queijo produzido pelo Sr. Reginaldo de Assis Castro e a Sra. Liliana Patrícia Goulart Castro ganhasse um selo que enfatizasse ainda mais a sua qualidade e padrão sanitário.
O nome "Três Irmãos" tem origem na quantidade de filhos do casal, que possui 2 homens e uma mulher, e demonstra a origem familiar do empreendimento, que sempre contou apenas com a mão-de-obra de "dentro de casa".
O processo de regularização da queijaria no IMA começou já há algum tempo, tendo que enfrentar vários obstáculos para a finalização, incluindo a pandemia, que causou certa morosidade nas atividades.
Para conseguir o certificado é necessário que haja um rígido controle sanitário do rebanho, com o gado passando por exames periódicos de tuberculose e brucelose, análises físico-quimicas e microbiológicas da água e do queijo, exames de saúde dos manipuladores, estrutura mínima da queijaria, curral e sala de ordenha, capacitação dos manipuladores em boas práticas de fabricação, dentre outros.
Reginaldo de Assis Castro relatou a dificuldade que teve que enfrentar para formalizar a produção, em parte devido à burocracia para adequar suas instalações e processo produtivo às normas exigidas e, ainda, por conta da pandemia, que atrasou o processo como um todo.
"O sonho da nossa queijaria deu início em 2019, entre idas e vindas de planejamento, faz de um jeito, desmancha, faz de outro. Em 2020, com o apoio da EMATER-MG montamos uma planta definitiva e assim iniciamos a construção. O processo foi longo e ainda teve que enfrentar esse tempo de pandemia, quando nossa documentação ficou parada por cerca de um ano aguardando a avaliação dos órgãos responsáveis. Devido a isso, grande parte dos exames que fizemos no rebanho perdeu a validade e tivemos que refazer tudo novamente. No ano de 2021, com grande apoio da EMATER-MG o processo teve andamento com diversas visitas técnicas e fiscalizações. Então conseguimos atender tudo aquilo que era necessário para a certificação. Na data de 03/01/2022 esse sonho se tornou realidade, a queijaria foi registrada" - relatou Reginaldo.
Indagada sobre a importância da mudança de status da queijaria a Extensionista da EMATER-MG, Sra. Lilian Cristina Andrade de Araujo, enfatizou o valor que passa a ser agregado e a segurança alimentar que é garantida aos consumidores.
"O registro do Queijo Minas Artesanal, neste caso via IMA, além de estar aliado à segurança alimentar, proporciona abertura de mercado e agregação de valor. Há consumidores diretos e comerciantes do setor terciário que apresentam como pré-requisito, aquisição de queijos advindos de queijarias que possuem selos de inspeção, e isto reflete em melhores preços do queijo minas artesanal legalizado. Com o aumento de demanda, o produtor formalizado vê com entusiasmo a manutenção do negócio, ou até mesmo, a ampliação da produção da agroindústria familiar. Assim, o processo de certificação traz consolidação, segurança e viabilidade" - enfatizou Lilian.
A extensionista destacou ainda o grande potencial que o município possui para a produção do queijo minas artesanal e entende que a tendência é que, com o sucesso dos formalizados, outros venham a seguir o mesmo caminho em busca de maiores ganhos.
"Tapira possui tradição em produção de queijo minas artesanal e está inserida na Microrregião de Araxá, quanto à sua caracterização. O potencial é inquestionável, tanto é que, alguns produtores do município já participaram e receberam premiações internacionais. A tendência é de crescimento do número de produtores que buscam a legalização, por ser um processo que garante segurança alimentar e viabilidade econômica para o negócio" - destacou.
A Extensionista de Bem Estar Social da EMATER-MG, Gisele Maria Santos e Cintra, que trabalha diretamente com as queijarias em processo de credenciamento confidenciou a importância do produtor de queijo sentir a necessidade de ter um produto que atenda todas as condições sanitárias, caso contrário o processo de certificação não teria sentido. Segundo ela os produtores Reginaldo e Liliana possuem exatamente esse desejo, capaz de garantir "asas" ao seu produto, para que ganhe mercado além de qualquer fronteira.
"Para regularizar, o produtor, em primeiro lugar, precisa sentir a necessidade de ter um produto que ele possa transportar para qualquer lugar do país, comercializar sem medo de retaliações ou apreensões, ter a certeza que busca um produto de qualidade, higiene, segurança alimentar. É essencial que todas as pessoas que trabalham no processo produtivo tenham essa mesma visão e foi o caso do Reginaldo, onde todo o processo é tocado de forma totalmente familiar. Ele, esposa e filhos estão diretamente envolvidos na cadeia produtiva do Queijo 3 Irmãos e possuem esse sentimento de que o queijo deles precisa estar no padrão de qualidade e sanitário que garanta ele poder ser transportado para qualquer lugar e servido em qualquer mesa" - confidenciou Gisele.
Com o certificado na mão os produtores do queijo 3 Irmãos agora planejam alçar vôos mais altos, levando o produto a ser referência a nível nacional e pretendem abrir um comércio para vender a produção em Tapira.
"Nossa perspectiva de agora em diante é de fato fazer com que nosso queijo seja referência nacionalmente e, em breve, esperamos abrir nosso próprio comércio, afim de comercializarmos o nosso queijo, os de outros produtores, queijos gourmets e especiais, doces e também valorizar tudo aquilo que é produzido em nossa cidade" - contou Liliana Castro.
A região produtora de Queijo Minas Artesanal em que Tapira está inserida é a Microrregião de Araxá, que é composta ao todo por 11 municípios que possuem as mesmas características produtivas, de clima, solo e históricas no que se refere a produção e comercialização do produto.
