Há vários anos atrás Tapira além de ser lembrada como uma cidade mineradora e detentora de um clima bastante ameno - capaz de oferecer geadas e temperaturas abaixo de 0° várias vezes ao ano - também era comumente citada como um local de chuvas constantes e abundância de água.
Infelizmente a abundância hídrica que outrora acontecia nestas terras atualmente não ocorre mais. A impressão contextual de quem vivencia o ano de 2014 é confirmada quando confrontamos os dados históricos com os atuais.
Segundo as informações do Instituto Nacional de Meteorologia a média histórica anual de precipitação em Tapira é de 1.585 mm, mas medições diárias da companhia de abastecimento de água do município detectaram a ocorrência de pouco mais de 500 mm até o dia 09 de outubro deste ano. Isto significa que choveu apenas 1/3 do esperado e, o pior é que faltam menos de três meses para o fim de 2014.
Assim como a triste notícia de que a nascente do Rio São Francisco havia secado, já existem relatos de várias propriedades rurais do município de Tapira em que as nascentes já pararam de minar ou diminuíram consideradamente a sua vazão de água. Esta redução também pode ser vista na cidade, onde o leito do Córrego Antas - foto -, que em outros tempos já transportou muita água, hoje em dia tem que se contentar em abrigar pouquíssima água.
Este cenário de seca tende a seguir pelo menos até o final do mês e o grande vilão deste enredo é uma zona de alta pressão atmosférica localizada sobre a região central do Brasil. Ela funciona como uma barreira que retém as chuvas nos estados Sul do país.
"A zona de alta pressão surge quando os ventos sopram de cima para baixo. Eles formam uma espécie de tampa sobre a região Sudeste, bloqueando o avanço das nuvens e da chuva. A região Sudeste começa a receber chuvas de forma mais persistente a partir do dia 25, a chuva chega para ficar", completa Gustavo Escobar - meteorologista do CPTEC/INPE.