Tapira será um celeiro no cultivo de plantas medicinais do cerrado. As plantas cultivadas no município serão enviadas para diversos locais do país para a fabricação de medicamentos fitoterápicos.

Toda essa produção se dá através do trabalho realizado na Reserva Ecológica de Tapira, uma propriedade rural localizada nas proximidades da Cachoeira dos Evaristos, a cerca de 22km da cidade, numa região de vegetação, relevo e clima muito próximos ao encontrado na Serra da Canastra

No local encontra-se uma valorosa expressão do bioma cerrado, com uma área de 91,02 hectares, onde são realizadas ações de preservação e conhecimento da flora local desde a permissão de uso conferido no ano de 2015 ao Núcleo Espírita Brasileiro Langerton Neves da Cunha, o qual é presidido atualmente pelo Sr. Emerson Palhares.

O investimento em produção e preservação de espécies medicinal é relativamente novo no Brasil, necessitando de estudos e métodos que viabilizem essas ações associada a preservação ambiental. Preservar o ambiente nativo e cultivar as espécies do cerrado em especial aquelas medicinais que se encontram ameaçadas de extinção, são as prioridades desse trabalho a curto prazo.

Após o levantamento da propriedade com definição das áreas especificas, realizou-se o fechamento total da área, isolando de ações que podem degradar o ambiente. Hoje após vários anos podemos verificar a regeneração natural das espécies em estágio inicial.

O projeto contempla o desenvolvimento de várias atividades na reserva, levantamento florístico com registros fotográficos, coletas de sementes das espécies de interesse medicinal, produção das mudas com estudos de propagação, plantio das mudas no ambiente natural, processamento de plantas medicinais, treinamentos de fitoterapia e projetos de educação ambiental, são trabalhos que contarão com o apoio de uma infraestrutura construída na área, como moradia para funcionário, galpões com divisórias, salas de aula, cozinha, laboratório, banheiros, alojamento entre outras.

O levantamento das espécies que ocorrem na área, determina o início do trabalho de pesquisa. Identificação em campo, cadastramento, coleta de frutos, beneficiamento, análise laboratoriais, armazenamento das sementes e produção de mudas, essas informações vão gerar materiais para edição de um manual de propagação de plantas medicinais e banco de imagens para material didático (banner).

Arnica-da-serra
Lychnophora ericoides Less.

Para cada espécie é realizado um estudo especifico em seu ambiente natural de ocorrência, isso define o planejamento de plantio e manutenção das mudas, manejo das áreas e controle de agentes de degradação.

Algumas ações são indispensáveis para a manutenção de um ambiente natural “Conhecer para preservar”, por isso o núcleo também desenvolve práticas educacionais, como:

- Preservação e cuidados com o ambiente,

- Viveiro e horta para aulas teórico-prático,

- Trilha interpretativa com monitor,

- Elaboração de material didático com produtos do cerrado,

- Reciclagem de resíduos,

- Aulas práticas de fitoterapia.

A Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Município, Fernanda Rosa de Resende, destacou que a vocação para produção de plantas medicinais em Tapira já havia sido elencada no Plano Municipal de Turismo e que no futuro deverá atrair turistas.

"Tapira evidenciou a importância das plantas medicinais a um tempo atrás, nas reuniões do COMTUR, e foi uma ação proposta no Plano de Turismo do Município. Sabíamos do enorme potencial que Tapira tem nesse quesito. Com a vinda dessa instituição, reforçamos ainda mais essa tese, e tenho certeza que no futuro, essa produção de plantas medicinais será um atrativo turístico, além do Desenvolvimento Econômico que isso trará para o município".