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Tapira Teen - A Revista Digital de Tapira
Publicado em: 04/09/2020
CBMM investe em baterias de nióbio para carros elétricos
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Em entrevista à Live do Tempo, o presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Eduardo Ribeiro, falou sobre os novos investimentos da empresa, que agora tem como foco potencializar a inserção do nióbio na produção de baterias para veículos. Apesar do cenário de retração financeira, em consequência da pandemia do novo Coronavírus, os investimentos continuam. Confira a entrevista concedida aos jornalistas Helenice Laguardia e Frederico Duboc, editor de Opinião.

O que é a CBMM em Araxá, na região do Alto Paranaíba?

CBMM produz produtos industrializados de nióbio (um metal produzido a partir de minério). Na década de 60 a companhia desenvolveu todo o processo produtivo para, a partir desse minério, produzir os produtos, e também investir para desenvolver o mercado de nióbio. Na época, o mercado para produtos de nióbio era cerca de mil toneladas por ano e, por meio de um programa de tecnologia, no ano passado atingiu cerca de 120 mil toneladas por ano. Isso mostra a importância da tecnologia para CBMM, primeiro para transformar o minério em produtos e, depois, para possibilitar a aplicação. Tudo isso feito a partir da nossa sede em Araxá.

A CBMM estava com a previsão de vendas no início do ano de 100 mil toneladas de nióbio. Como é que a pandemia afetou essa projeção?

Em função da pandemia deveremos ter queda de cerca de 20% em relação ao ano passado, quando vendemos cerca de 92 mil toneladas de produtos de nióbio. Um desvio um pouquinho maior relação ao nosso objetivo de vender 100 mil toneladas neste ano. Se analisarmos a ponta da receita, o desvio vai ser menor que 10%. Temos um efeito positivo com do dólar mais forte.

Quais são os investimentos para esse ano?

Investiremos cerca R$ 200 milhões no nosso programa e tecnologia. O programa que garante crescimento do mercado, especialmente no momento difícil com este. É muito importante ter capacidade de manter todos os programas e projetos: universidades, parceiros, empresas que são nossos clientes, e clientes dos nossos clientes. Esperamos com isso recuperar o volume de vendas o mais rápido possível.

Comente a tendência de diversificação de mercado na CBMM.

Apesar do nosso principal produto ser o ferro nióbio iniciamos, há cerca de quatro anos, um programa que tem por objetivo olhar novos negócios. São novos, mas, impactam o tamanho do mercado do nióbio. Quando começamos a desenhar esse programa, identificamos uma oportunidade ligada ao nióbio em baterias. Só que ao invés de ser o nióbio metálico ou na forma de ferro, é o nióbio em alta pureza. Na forma oxidada ele pode ser utilizado tanto no ânodo (polo negativo) quanto no cátodo (polo positivo) de baterias, permitindo maior carga e maior densidade de energia. Essa tecnologia permite cargas rápidas com maior segurança e tendo como objetivo, tanto autonomia de veículos, quanto a segurança. Também estamos fazendo investimentos com o grafeno. É um material já utilizado em aplicações industriais para revestimentos, mas, identificamos que o grafeno em conjunto com o óxido de nióbio pode melhorar as propriedades de baterias.

Em que pé estão esses projetos?

Com bateria temos projetos no Japão, que está mais adiantado, projetos na China, na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Temos projetos muito importantes, tanto no nosso laboratório, em Araxá, quanto no SENAI. Com o grafeno, investimos em uma startup em Cingapura. O objetivo é produzir o grafeno para diversas aplicações, mas, no nosso caso específico, priorizamos a utilização em bateria.

Continuando nessa toada de investimentos em baterias para carros. Qual é a maior aposta para desenvolvimento de uma bateria com bom custo-benefício?

Com óxido de nióbio, temos um projeto com a Toshiba, com objetivo de já fazer entregas para indústria automobilística em escala piloto. Esse projeto utiliza o óxido de nióbio em conjunto com o óxido de titânio no ânodo de baterias de lítio só que nós estamos substituindo a grafite do ânodo por uma mistura composta por óxido de nióbio e titânio. Ainda temos projetos para melhorar a performance do cátodo. Estamos utilizando níquel, manganês, cobalto e existe um movimento da indústria para reduzir o teor de cobalto aumentando o teor de níquel nessas peças. O nióbio no cátodo entra com cerca de 1% a 1,5% com objetivo de dar estabilidade a essa parte da bateria. É uma solução que temos vendas, ainda de volumes pequenos, mas já em escala industrial.

Com relação ao nióbio no ânodo, ele entra em mais de 50% da composição desse módulo das baterias, por isso que nós temos por objetivo nos próximos 10 anos aumentar a aplicação de nióbio em baterias. Projetamos que no futuro essa aplicação possa representar cerca de 40% do nosso negócio.

Como fica a projeção da CBMM para esses produtos ?

Atualmente o ferro-nióbio representa cerca de 90% do nosso negócio, óxidos especiais ligas níquel e nióbio metálico representa os outros 10%. Então, temos por objetivo desenvolver esse mercado para óxido de nióbio para aplicação em bateria de forma que ele tem uma maior participação nas vendas e os resultados da CBMM.

Qual foi o investimos na questão das baterias?

No caso da Toshiba, no Japão, são investimentos até o momento de cerca de R$ 50 milhões. O outro investimento no Brasil, e pode chegar no curto prazo, é de cerca de R$ 30 milhões, envolve, tanto a produção de óxidos especificamente para baterias, quanto à produção da mistura que é esse óxido de nióbio com titânio. Com isso andamos um ponto a mais em relação à cadeia produtiva. Com relação ao grafeno, tivermos um investimento de cerca de 14 a 15 milhões de reais, que nos deu direito a uma participação de 26% em uma empresa.

Como esse investimento reflete na questão dos carros elétricos?

Se a gente pensar que os carros elétricos têm de 300 a 500 quilos de bateria, é muito importante que essa bateria seja competitiva, não só do ponto de desempenho, mas do ponto de vista de custo.

Sobre o carro elétrico, como é a experiência de participar da origem da formação de um carro?

Essa nova oportunidade se chama Extreme E. É um veículo que participamos desde o início da sua concepção, utilizando aços com nióbio para garantir maior segurança e mais eficiência em conjunto com outras empresas. Serão provas realizadas em regiões de deserto, em condições extremas. O objetivo é mostrar a mobilidade elétrica de um lado, e, do outro lado, o uso de materiais com maior resistência e um respeito pelo ambiente.

Fonte: Jornal O Tempo.

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