Com o amanhecer do dia seguinte à intensa chuva ocorrida na quinta-feira (06) restou a tarefa de contabilizar os prejuízos causados pela força da natureza no perímetro urbano de Tapira.

A expressiva marca de 98,6 mm em pouco mais de uma hora e meia de tempestade por si só já serve para dar uma dimensão de que o evento meteorológico ocorrido em Tapira talvez tenha tido poucos precedentes ao longo de sua história recente.

Felizmente prejuízos humanos não foram catalogados, mas no que tange a danos materiais, não se pode dizer o mesmo. Tapira terá que, assim como boa parte do Estado de Minas Gerais, reconstruir muita coisa.

Ao atingir as ruas da cidade, suplantando as margens do Córrego Antas, principalmente na área central, a força das águas danificou pontes em algumas localidades. o muro de contenção da ponte localizada na Avenida Adelino Bráz de Rezende, nas imediações de um posto de combustível e da creche, não suportou e se rompeu. Nas imediações da entrada pelos fundos do CETAP, localizada próxima ao campo de futebol, o asfalto começou a ceder e boa parte do aterro rodou, deixando um grande oco no local. Em ambas as situações o trânsito foi interrompido até que obras de recuperação sejam realizadas.

Na Rua Cristino Ribeiro de Resende os maiores prejuízos foram contabilizados, com estabelecimentos comerciais localizados às margens do Córrego Antas tendo as suas instalações invadidas pelas águas e, em um dos locais, o muro de arrimo não suportou e vários produtos rodaram na enchente. O Corpo de Bombeiros isolou parte da área e na manhã desta sexta-feira os proprietários se desdobravam para salvar o que ainda era possível.

No Bairro Antenor Ferreira Goulart, região em que as enchentes sempre causam grandes transtornos, a construção da nova ponte minimizou e muito os problemas, mas o saldo ainda foi negativo. Alguns muros de arrimo não suportaram a força das águas e, em diversos locais, a enchente invadiu as casas, gerando prejuízos materiais aos seus moradores.

No Bairro Anacleto José de Morais, mais uma vez a chuva teve grande repercussão, invadindo uma residência localizada ao lado do curso de água. Ali os moradores tiveram que quebrar uma parede para esgotar um pouco da enxurrada, que já havia chegado a quase meio metro de altura e deixado como legado a perda de vários móveis, utensílios domésticos e gêneros alimentícios.

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Humano já visitou duas famílias na noite de ontem (06), recomendou que evacuassem as residências, ofereceu atendimento social e psicológico, bem como cesta básica e a remoção dos moradores dos locais atingidos para uma pousada, até que se possa encontrar um imóvel e lhes oferecer um aluguel social. Uma das famílias se recusa a deixar a residência.

No Torga Couto muita água cascalho desceu da nova rua localizada acima do bairro, e as vias ficaram bastante sujas.

A Prefeitura Municipal de Tapira já acionou o Corpo de Bombeiros e entrou em contato com a Mosaic solicitando através de ofício o auxílio da empresa no que tange à máquinas e equipamentos necessários para realizar obras de contenção.